terça-feira, 10 de novembro de 2015

Homem é baleado e demora no socorro gera revolta


Vitima grita por socorro e comunidade fica sensibilizada
A morosidade para prestar o atendimento a uma vítima de tentativa de homicídio ocorrido no Rosa Maria, em São Cristovão, na manhã desta terça-feira, 10, gerou revolta e impulsionou a população a denunciar a suposta precariedade no atendimento à saúde naquele município. Os moradores ficaram revoltados ao observar a vítima identificada com Adriano Santos de Jesus, 31, agonizando, ensanguentado, repetindo que estaria morrendo e implorando atendimento. Assistindo ao cenário, a comunidade decidiu criticar a prestação dos serviços do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do atendimento que estariam recebendo nas unidades de saúde no município.
“Tem duas semanas que procuro o posto e não encontro atendimento porque a água foi cortada”, declara a aposentada Aparecida Alves, que se declara hipertensa e revela que encontra dificuldades também para encontrar medicação nas unidades de saúde. “Tive lá por duas semanas e não consegui ser atendida. Teve momento que até teve médica, mas a doutora não pode nem ver a pressão porque não tinha água pra ela lavar as mãos”, disse.
Morosidade
Pela contabilidade dos moradores, o paciente Adriano Santos levou cerca de uma hora aguardando atendimento. O crime foi registrado pouco antes das 6h30 e a equipe do Samu só chegou às 7h10. Até os jornalistas chegaram ao local antes da ambulância. O condutor não quis ser identificado, não prestou esclarecimentos, orientou os repórteres a buscar entendimentos com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde, mas logo se defendeu adiantando que não ocorreu morosidade e que o tempo gasto para chegar ao local foi decorrente dos problemas de trânsito comuns.
“Estou morrendo, me tirem daqui. Socorro”, gritava Adriano, sem esconder a angústia, deitado no chão, sangrando e amparado pela irmã Sandra Tamires, uma dona de casa de 28 anos, que o abanava e não escondia o sofrimento por vê-lo naquelas condições. “Há muito tempo que chamamos o Samu e até agora nada”, disse.
Ela revelou que o irmão saiu de casa por volta das 6h de bicicleta e estaria acompanhado por outros colegas de trabalho. Ele seguia pela rua Maria do Carmo Silva, no Rosa Maria, e nas proximidades do local de trabalho, uma fábrica de pré-moldados, acabou surpreendido por tiros disparados por alguém que já o aguardava.
O sargento Adailson de Jesus, da 1ª Companhia do 1º Batalhão da Polícia Militar, informou que a vítima deu sinais que conhecia o autor dos disparos e que ele estaria escondido em uma casa abandonada nas proximidades. Mas os policiais ainda não tinham localizado o imóvel indicado pela vítima.
A coordenadora do Samu, Conceição Mendonça, informou que iria analisar a ocorrência para se posicionar a respeito das reclamações da comunidade.
Prefeitura
O secretário de saúde do município de São Cristovão, Fernando Rodrigues, classificou como inverdades as versões da comunidade sobre a precariedade na prestação dos serviços nos postos de saúde. Ele disse que a prefeitura dispõe de médicos, mantém todas as equipes de plantão e do programa de saúde da família completas e que a falta de água foi pontual, decorrente de um erro da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), que teria deixado de dar baixa em uma fatura paga. “Assim que mostramos o comprovante pago, a água foi religada. Foi um erro da Deso”, disse.
O Portal Infonet tentou ouvir a Deso. A assessoria de comunicação se comprometeu a encaminhar uma resposta. O Portal permanece à disposição. Informações devem ser enviadas por e-mail jornalismo@infonet.com.br ou por telefone (79) 2106 – 8000.
Por Cássia Santana

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